Nesta quinta dia 10/06, aconteceu o segundo dia da XXVII edição da
Jornada Internacional de Global Risks organizada pela MAPFRE. O
evento aconteceu de maneira remota e discutiu, entre outros pontos,
os impactos das catástrofes no mercado de seguros.
Bosco Francoy, CEO Global Risks, conversou com Guillerme Llorente,
superintendente geral de seguros e meio ambiente da MAPFRE, sobre o
ataque cibernético que a companhia sofreu em agosto de 2020.
Guilllerme contou como identificaram o ataque e lembrou do
contexto. “Foi na noite do dia 14 de agosto, um final de semana da
metade de mês. O dia do ano em que menos pessoas estavam no
escritório, mas os equipamentos dos funcionários estavam ligados,
já que as pessoas estavam trabalhando de forma remota”, recordou.
Ele lembrou ainda que a MAPFRE é um grupo grande presente em mais
de 50 países com diversos equipamentos e o ataque foi identificado
no centro de controle.
“Nesse momento tivemos uma sensação de escuridão, medo do
desconhecido porque não sabíamos até que ponto eles tinham chegado,
devo reconhecer que essa adrenalina desperta o desafio de enfrentar
o desconhecido”, ponderou.
Francoy ressaltou que organizações como a MAPFRE fazem altos
investimentos para evitar esse tipo de ataque. “Sabemos que há
organizações especializadas em ciberataque”, disse. Guillerme
enfatizou também os ataques cibernéticos são feitos por empresas
qualificadas com planejamento para prejudicar outras
empresas. “Bem diferente da imagem mítica de uma pessoa no
porão”.
Ele
explicou que a MAPFRE conseguiu conter o ataque sofrido porque
estava preparada. “Um ataque com essas características exige que
improvise o mínimo possível. É preciso estar suficientemente
preparado para agir. Investir dinheiro, tempo para as equipes
estarem preparadas para eventos que possam ocorrer”, destacou.
Guillerme ressaltou que o plano colocado em ação consistia
basicamente em conter o ataque, recuperar o serviço afetado e
recuperar a tecnologia. “A MAPFRE é uma empresa de seguros e tem
sua vocação de serviços. Temos que responder aos clientes”,
disse.
Ele
destacou que foi feito um processo para tirar lições do que
aconteceu. “Tivemos longas reuniões para identificar as lições
aprendidas. A ameaça cibernética está aí e veio para ficar. Estamos
enfrentando gangues organizadas que transformaram isso em um
negócio”, alertou.
Durante o evento houve a entrega do Prêmio Internacional de
Excelência no Gerenciamento de Riscos que tem como objetivo
reconhecer o cliente com a melhor gestão de riscos.
Oscar Ortega, CEO MAPFRE Chile, entregou o prêmio para a empresa
chilena Sigdo Koppers, empresa especializada na execução de
projetos de construção e montagem industrial de grande porte.
Segurança com vacinas
O
presidente da MAPFRE, Antônio Huertas, fez o encerramento com uma
análise de alguns pontos do mercado. Segundo ele, a presença da
MAPFRE na América Latina serve de termômetro. “Na Europa a
vacinação avançou, mas vemos que a América Latina além da crise
sanitária, enfrenta uma crise econômica e social que vai dificultar
sua recuperação”, disse.
O
executivo destacou ainda que só haverá segurança quando todos
estiverem vacinados. Ele disse ainda que o mercado de seguros está
solvente mesmo com o crescimento de sinistros em carteiras como
seguro de vida e funeral. “Isso deve pressionar o valor de algumas
coberturas no futuro”, afirmou.
O
presidente da MAPFRE disse ainda que depois da pandemia a atividade
de seguros deve sofrer mudanças. “A situação que enfrentamos prevê
desafios. Se soubermos como nos antecipar podemos transformar os
desafios em oportunidades”, destacou.
Ele
ainda alertou a importância do mercado de seguros. “Nosso papel é
que vocês se concentrem em seus negócios e nós possamos assumir os
riscos, por mais que o mundo mude, haverá seguradoras que vão
ajudar a proteger os ativos”, reforçou.
Sobre a influência da mudança climática, o executivo ressaltou que
não se pode ignorá-la e disse ainda que a situação causada pela
pandemia é grave. “Em 2020 aconteceram acidentes naturais acima da
média, eventos causados por mudança climática que custaram 258
bilhões de dólares”, disse.