A cidade de Campinas (a 93 km de São Paulo) registrou o primeiro
caso de dengue hemorrágica no ano. De acordo com balanço divulgado
nesta quinta-feira (21) pelo Departamento de Vigilância em Saúde
(Devisa), o município tem 84 casos confirmados e 433 casos
suspeitos de dengue. Nenhuma morte foi registrada.
O paciente que contraiu a dengue hemorrágica mora no bairro
Campo Belo, região considerada uma das mais críticas na
proliferação do mosquito transmissor da doença. Segundo a
prefeitura, ele recebeu cuidados médicos, realizou tratamento e já
recebeu alta.
No mesmo período do ano passado, foram registrados 103 casos de
dengue na cidade. Embora o número seja superior ao deste ano, a
expectativa é que os números de 2013 aumentem, uma vez que mais de
400 pacientes aguardam resultado do Instituto Adolf Lutz.
Em Campinas, o pico de casos ocorre no mês de abril. Durante
todo o ano passado, 972 pessoas foram diagnosticadas com a doença
na cidade e não houve mortes.
Para a médica veterinária responsável pelo Programa de Combate à
Dengue em Campinas, Tessa Roesler, os meses de férias trazem outro
agravante. "Alguns casos de dengue registrados em Campinas foram
importados de diversos lugares do país. Há áreas de infestação na
região Oeste de São Paulo e Litoral Norte e Sul do Estado, além de
outros destinos bastante procurados pelos campineiros",
explicou.
Segundo ela, "a facilidade de mobilidade urbana aumenta a
probabilidade de proliferação dessas doenças", completa. Caso a
pessoa tenha algum sintoma de dengue deve procurar ajuda médica o
mais breve possível. "Ao apresentar febre associada ou não a outro
sintoma como dor no corpo, dor atrás dos olhos, a pessoa deve
procurar ajuda", completou.
Nas regiões mais preocupantes, como no Campo Belo, o Exército
começou no início deste mês uma ação de combate à dengue. A equipe
de cem homens atua em ações preventivas em decorrência do deficit
de funcionários causada pelo fim do convênio entre a administração
pública e o Hospital Cândido Ferreira.
Capacitação
Em nota, a Prefeitura informou que promoveu nesta quinta-feira
(21) a capacitação de mais de 400 médicos e enfermeiros das redes
pública e particular sobre dengue e outras doenças febris
hemorrágicas.
"Além de abordar a situação da dengue (situação epidemiológica),
com diagnóstico clínico (sinais e sintomas) e manejo (como tratar e
acompanhar), os palestrantes também abordaram as síndromes febris
hemorrágicas e sepse e seus respectivos diagnóstico e manejo
clínico", diz a nota.