A instabilidade na economia pode também abrir várias janelas de oportunidades para os corretores de seguros.
Dados oficiais indicam um amplo espaço a ser explorado por esses profissionais em segmentos que nem sempre foram vistos com simpatia ou atraíram a atenção da categoria.
No ramo de veículos, por exemplo, a receita apurada com a comercialização de coberturas acessórias, principalmente as assistências, cresceu 14,8% no primeiro semestre deste ano, ultrapassando a marca de R$ 1 bilhão, segundo a Fenseg.
A federação apurou ainda que, nos riscos patrimoniais, houve um salto de 15% da arrecadação nos seguros compreensivos para condomínios, com um volume de prêmios acumulado, até junho, da ordem de R$ 152 milhões.
Nos riscos financeiros, o grande destaque no período foi o seguro garantia, com receita de aproximadamente R$ 690 milhões apurada até junho e expressivo crescimento de 30%.
Na carteira de responsabilidades, chama a atenção o avanço dos seguros ambientais, com crescimento de 67,5% no primeiro semestre, embora a receita computada ainda seja bem pequena, com R$ 33 milhões acumulados até junho.
Mas, as “estrelas” desse segmento do mercado são, no momento, o seguro D&O (cobertura para administradores de empresas), que teve incremento de 46,3% de janeiro a junho, com receita de R$ 172 milhões; e o seguro de responsabilidade civil profissional, com avanço de 16,7%, para R$ 107 milhões.
Diante desse cenário, a visão otimista prevalece entre os executivos do setor. O diretor-geral da Bradesco Auto/RE, José Sérgio Bordin, por exemplo, vê inúmeras e excelentes oportunidades para o corretor de seguros explorar em diferentes nichos, tanto no segmento de pessoas físicas quanto no campo corporativo. “Estamos atentos a esse cenário e ouviremos sempre que preciso a opinião dos corretores, que conhece como ninguém o clamor das ruas. Até porque não adianta pensar em um produto se o corretor não o considerar necessário”, comentou o executivo, em recente evento em sua homenagem realizado pelo Clube dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro.
Para ele, a participação do seguro no PIB brasileiro, hoje na faixa de 5%, poderá até dobrar de tamanho nos próximos anos, pois o mercado local ainda oferece um amplo espaço para ser explorado.
O diretor Geral da Porto Seguro, Rivaldo Leite, também enxerga um horizonte animador para corretores de seguros. Para ele, esse cenário é apropriado para uma sinergia ainda maior entre corretores e seguradoras. “Vamos continuar crescendo juntos”, acrescentou, em evento realizado pela Aconseg-RJ, assegurando ainda que o cenário instável não afetou o desempenho da Porto Seguro no primeiro semestre.