Com desregulamentação, meta é
simplificar e diversificar a oferta e aumentar a concorrência, mas
há risco para o consumidor\
A partir de 1º de março, as
seguradoras terão total liberdade para ofertar aos consumidores
combos, ou seja, pacotes de serviços com a combinação de vários de
tipos de cobertura em uma mesma apólice.
Atualmente, isso não é possível.
Todos os produtos precisam de aprovação prévia da Superintendência
de Seguros Privados (Susep).
O governo decidiu liberar o mercado
de seguros de danos, destinados a proteger o patrimônio das pessoas
e das empresas, como os de vida, residencial e de automóveis.
Segundo o diretor técnico da Susep,
Rafael Scherre, o emaranhado de regras atuais torna o processo
burocrático e caro, o que dificulta o acesso da população aos
seguros:
O objetivo da desregulamentação do
setor é diversificar os produtos oferecidos, reduzir preços ao
consumidor final e ampliar a cobertura do seguro no país. Os
produtos poderão ser estruturados de forma flexível, sem análise
prévia ou aprovação das condições contratuais.
A nova regra já passou por consulta
pública e será divulgada amanhã pelo órgão regulador. A expectativa
da Susep é que, já no segundo trimestre, comecem a aparecer
produtos com cara nova no setor.
Com a mudança, será possível, por
exemplo, fazer um seguro residencial para proteger a casa só quando
o morador estiver fora, no trabalho ou em viagens, um sistema de
liga-desliga.
Esse modelo de contratação
intermitente já existe para veículos e permite ao motorista acionar
o seguro só quando sai da garagem.
Além de danos como furto e
incêndio, o seguro residencial poderá prever assistências e
serviços de manutenção de geladeira, máquina de lavar, chaveiro e
encanamento.
O morador poderá incluir ainda
coberturas relacionadas a riscos no transporte, nos deslocamentos
para o trabalho.
Produtos sob medida
O seguro do celular, hoje restrito
à cobertura de furto, perda e queda do aparelho, poderá abranger
proteção de dados, minimizando assim danos com vazamento de
informações — cobertura, aliás, que já está no radar das
seguradoras.