Em 12 estados, os médicos que atendem planos de saúde suspenderam a realização de consultas e outros procedimentos eletivos durante 24 horas
Médicos de todo o Brasil demonstraram, nesta quarta-feira (25), sua insatisfação com as operadoras de planos de saúde. Intitulado “Dia Nacional de Advertência aos Planos de Saúde”, o movimento foi um alerta para chamar atenção sobre a defasagem dos honorários médicos, a falta da contratualização e a interferência das operadoras na prática médica.
Em 12 estados, os médicos que atendem planos de saúde suspenderam a realização de consultas e outros procedimentos eletivos durante 24 horas. Nos outros estados, atos públicos foram feitos para alertar sobre os problemas que afetam a saúde suplementar no país. Importante salientar que a manifestação buscou apoio da população, informando-a, especialmente aqueles que pagam planos de saúde, os reais motivos da crise no setor.
Confira o balanço nos Estados
Bahia: teve paralisação de 24 horas com apoio dos dentistas. Durante o dia, foi realizado um debate, na Faculdade de Medicina da Bahia, com o tema “Planos de Saúde, Realidade e Vícios”. O encontro contou com a participação do Ministério Publico Estadual e Federal, do PROCON e da coordenadora da Comissão Estadual de Honorários Médicos, que também é diretora do Sindmed, Débora Angeli. Ressaltou-se a ausência da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Foi feita uma exposição de charges de médicos, retratando a realidade do trabalho no dia-a-dia.
Ceará: pela manhã, foi realizada uma entrevista coletiva entre as entidades médicas e a imprensa. Ao longo do dia, os manifestantes panfletaram nos consultórios e alguns pontos de Fortaleza. A noite teve uma assembleia no Conselho Regional de Medicina do Ceará (Cremec), onde fariam balanço das negociações e definiriam um novo cronograma de ações.
Distrito Federal: os manifestantes acenderam 600 velas em frente ao Congresso Nacional em vigília pelos 684 mil usuários de planos de saúde da região metropolitana, na noite de terça-feira. No dia seguinte, em continuidade à mobilização, doutores e estudantes de medicina realizaram ação voltada para esclarecimento da população em relação aos seus direitos frente às operadoras dos planos na Rodoviária do Plano Piloto, do início da manhã até as 14h.
Minas Gerais: audiência pública na Assembleia Legislativa, com os manifestantes usando cartões amarelos, marcou o dia . Ficou estabelecido que as Comissões de Saúde e de Defesa do Consumidor marcariam reunião com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no Rio de Janeiro, para debater as questões da contratualização e honorários médicos.
Pará: Médicos do Pará participaram na manhã desta quarta-feira de Ato Público realizado na frente do Sindmepa para marcar presença contra os planos. De 11h até ás 13h, os manifestantes distribuíram panfletos, e usaram cartões vermelhos. Cerca de 30% dos médicos de planos de saúde não atenderam.
Pernambuco: Os médicos fizeram uma caminhada na área central do Recife. A mobilização teve inicio às 8h, com um café da manhã no Memorial de Medicina de Pernambuco, ponto de partida do percurso feito pelos profissionais que seguiram em direção a Associação Médica de Pernambuco (AMPE), acompanhados de atrações culturais, bonecos gigantes e bacamarteiro.
Rio de Janeiro: a categoria médica se manifestou em frente à Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde). Com carro de som, todos distribuíram panfletos. Na parte da tarde, representantes das entidades médicas se reuniram na Agência de Saúde Suplementar (ANS) para a entrega de propostas de critérios para contratação dos profissionais.
Rio Grande do Norte: Profissionais da saúde ocuparam a praça Sete de Setembro e realizaram uma audiência pública na Assembleia Legislativa local. Em nova audiência, vão decidir pela decretação ou não de greve. Um abraço ao Hospital Walfredo Gurgel, chamando atenção das autoridades políticas e da população no intuito de demonstrar que são contrários a privatização da unidade também fez parte da programação.
Rio Grande do Sul: promoveram ato público nesta quarta-feira, dia 25, no anfiteatro Hugo Gerdau, no complexo hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre, para marcar o Dia Nacional de Advertência aos Planos de Saúde. Silveira. Antes do ato público, houve uma entrevista coletiva à imprensa na sede do Simers, na qual os dirigentes esclareceram vários aspectos da relação dos médicos com os planos de saúde.
Santa Catarina: uma comissão de médicos foi à prefeitura para tentar saber sobre o andamento do processo que diz respeito à suspensão de desconto identificado como ilegal na gratificação do Programa de Saúde da Família (PSF). Uma assembleia geral está marcada para o dia 9 de maio e na pauta está confirmada a discussão de novas paralisações da categoria.
São Paulo: Médicos, dentistas, vereadores, representantes dos consumidores e usuários se reuniram para uma passeata na avenida Paulista. Cerca de mil manifestantes tomaram uma faixa da avenida, marco da cidade. Vestidos de jaleco com um cartão amarelo colado à vestimenta, gritavam palavras de ordem e informaram os valores pagos por uma consulta por alguns planos de saúde. “Consultas a R$ 15; consulta a R$ 30″. A passeata organizada pelo Simesp, Cremesp e APM partiu da rua São Carlos do Pinhal, em frente à AMB, com parada no vão livre do Masp, seguindo para o Conjunto Nacional, onde a público recebeu, até às 16h, orientações de saúde e esclarecimentos em relação aos seus direitos junto aos planos de saúde.