As impressoras 3-D modificadas, desenvolvidas em Wake Forest,
imprimem células humanas em materiais a base de hidrogel, um tipo
de gel que é capaz de reter grande quantidade de água.
Os órgãos desenvolvidos em laboratórios são então inseridos em um
chip de cinco centímetros e unidos em uma espécie de sistema
circulatório que usa um substituto de sangue semelhante ao usado
cirurgias de emergência.
O substituto do sangue mantém as células vivas e pode ser usado
para receber agentes químicos ou biológicos e a introduzir terapias
potenciais no sistema.
Sensores que medem a temperatura real, os níveis de oxigênio, o pH
e outros fatores passam informações sobre como os órgãos reagem e,
principalmente, como eles interagem uns com os outros.
Anthony Atala, diretor do Wake Forest e coordenador da pesquisa,
disse que a tecnologia poderia ser usada tanto para 'prever os
efeitos dos agentes químicos e biológicos quanto testar a
eficiência de tratamentos potenciais'.
'Na prática, estamos fazendo testes em tecido humano', afirmou
ele.
'Funciona melhor do que os testes em animais', acrescentou.
Antiterrorismo
Uma equipe de especialistas dos Estados Unidos está envolvida em
aprimorar a tecnologia.
O financiamento para o projeto veio da Agência de Redução de
Ameaças da Defesa (DTRA, na sigla em inglês), uma divisão do
governo americano que combate armas biológicas, químicas e
nucleares.
Os testes que estão sendo realizados em Wake Forest 'reduziriam
significativamente o tempo e o custo necessários para desenvolver
respostas médicas a ataques bioterroristas', diz Clint Florence,
chefe interino do setor de vacinas da DTRA.
Wake Forest informou que conseguiu testar antídotos para o gás
sarin, recentemente usado contra civis na Síria, segundo a ONU.
Processo de impressão
Atala, cujo campo de atuação é a medicina regenerativa, afirmou que
a tecnologia de bioimpressão foi usado inicialmente no Wake Forest
para criar tecidos e órgãos para transplantes em pacientes.
A sua equipe conseguiu replicar órgãos achatados como pele, órgãos
tubulares, tais como vasos sanguíneos, e até órgãos ocos não
tubulares, como a bexiga e o estômago, que possuem estruturas e
funções mais complexas.
Mas construir órgãos maiores como coração e fígado ainda representa
um grande desafio.
São necessários 30 minutos para imprimir uma miniatura de um rim ou
do coração do tamanho de um biscoito pequeno.
'Há tantas células por centímetro que fazer um órgão do zero é um
processo bastante complexo', definiu Atala à BBC.
Mas a bioimpressão de órgão sólidos em tamanho real não está tão
distante quanto se imagina.
'Estamos trabalhando nessa área agora', disse Atala.