Na série de
reportagens especiais sobre o "Great Place to Work - Saúde 2013",
conheça os programas de algumas das premiadas
pesar
de ainda não alcançar os índices exibidos pelas melhores empresas
para se trabalhar no Brasil, as companhias do segmento de Saúde
exibem um considerável uso de planos de desenvolvimento individual
de seus colaboradores. No caso específico dos executivos, esse
quadro é ainda mais marcante: se entre as melhores do País 88%
oferecem programas de coaching aos gestores, na Saúde o percentual
fica em 69 pontos (ainda acima dos 61% visto nas não-premiadas). Há
no entanto um consenso: diante dos resultados positivos, é muito
provável que a adoção cresça em breve.
Coaching é uma palavra de origem inglesa derivada
do termo “coach” (ou técnico, aqui usado para definir o
profissional que oferece o treinamento). Pressupõe a existência de
um coachee (quem passará pelo processo), dono dos objetivos
pessoais e corporativos a serem alcançados. É um processo que se
vale de competências importadas de várias áreas do conhecimento –
pedagogia, psicologia, liderança organizacional etc. – para
estimular o potencial pessoal ou profissional do líder, geralmente
em busca de algum objetivo ou meta específico.
“Os
resultados são uma liderança mais efetiva, o que ocasiona melhores
resultados, inclusive financeiros”, explica o gerente geral da Novo
Nordisk do Brasil, Gustavo Antonio Mizraje, empresa que ocupa o 17º
lugar no GPTW Saúde 2013. A empresa possui um programa global de
coaching, replicado no Brasil e validado pelas pesquisas de clima
organizacional, que mostram melhoria na área dos gestores que
passaram pelo processo.
A
farmacêutica oferece coaching para um número reduzido de
executivos, dado o alto investimento necessário. Uma consultoria
externa é responsável pelo programa com sessões quinzenais, que
encaminha o trabalho principalmente a um comitê de direção,
aprimorando aspectos da liderança e estreitando o relacionamento
entre os membros deste grupo.
Além
do coaching, a Novo Nordisk possui programas de desenvolvimento de
gestores importados da matriz e divididos de acordo com a área de
atuação. O Programa de Novos Gerentes, o Balat Journey (para
marketing e vendas) e o IO Compass (para potenciais candidatos à
vaga de gerente geral).
Superando mudanças
No
Zambon, 9º colocado na GPTW Saúde 2013, o programa de coaching foi
oferecido em 2012 com um objetivo muito claro: construir um time de
liderança considerado “de primeira linha”. Por isso, o trabalho
concentrou-se sobre o principal grupo de gestores e foi realizado
pela Adigo, uma empresa especializada.
“Entramos no coaching quando há um objetivo mais
profundo, que o treinamento não atende”, explica Talita Cordeiro,
gerente de RH do Zambon. “Tivemos em 2012 que alavancar o grupo de
liderança, no sentido de obter alta performance. Nossa preocupação
era o entrosamento, o alinhamento de objetivos.”
Há
uma percepção clara de que o trabalho deu o retorno esperado, muito
embora a medição destes resultados seja difícil. São muitas as
variáveis, diz o gerente geral da empresa, Christian Schneider, que
assumiu a empresa na metade de 2013, após o início do programa de
coaching. Para o gestor, mesmo esta mudança de comando não
interferiu nos bons resultados.
“A
pesquisa GPTW foi feita em um momento sem gerente geral, mas mesmo
assim tivemos bons resultados”, comemora Talita. “Significa que
certas questões de longo prazo não dependiam de um ou outro
executivo, mas do time. É um investimento que sem dúvida tem
retorno.”
Schneider concorda: o segredo do coaching é
trabalhar o alinhamento da equipe de gestão, explorando o
entrosamento entre as pessoas, como objetivo estratégico, e não
como item dentro da cultura de benefícios individuais. “Precisa ser
muito discutido, com fundamento, princípio e objetivo. As
competências precisam ser reforçadas, como o engajamento e a
liderança. Primeiro vem o trabalho de equipe, e se houver
necessidade, o individual.”
Proximidade
Ter o
coaching como um elemento do desenvolvimento de uma estratégia
global de recursos humanos também é a filosofia da Boehringer
Ingelheim, oitava colocada no ranking. Trata-se de um programa
regionalizado de desenvolvimento de líderes oferecido por parceiros
externos, de modo a torná-los mais preparados para os desafios
estratégicos de cada posição.
“O
objetivo é promover um modelo de liderança que seja reflexo da
nossa cultura. O programa contribui para a aceleração da maturidade
do executivo de forma consistente, e se encaixa para aqueles que já
estão em posição de liderança, que estão sendo preparados para um
cargo mais elevado, ou mesmo para os que estão enfrentando
situações emergenciais”, explica Martin Nelzow, diretor – geral da
Boehringer Ingelheim no Brasil. “Entre os participantes em suas
diferentes modalidades a percepção é sempre positiva.”
Estes
programas de desenvolvimento da liderança são desenhado de acordo
com diretrizes globais e regionais. Funcionários que se destacam
nas avaliações de desempenho nas várias filiais da empresa
espalhadas pelo mundo ganham a chance de participarem de
intercâmbios internacionais, ou seja, passar alguns meses em uma
unidade da empresa de outro país para desenvolverem e implementarem
projetos específicos. O que converte o desenvolvimento dos times em
oportunidade de crescimento individual.