Para entidade de empresas,
haverá alinhamento em novos contratos.
Associação de usuários critica uso de rol de procedimentos pela
ANS.
A inclusão de
novos procedimentos como obrigatórios nos planos de
saúde, anunciada nesta terça-feira (12) pela ANS
(Agência Nacional de Saúde Suplementar), deve resultar em
impacto no preço para o consumidor,
segundo Solange Beatriz Mendes, diretora da FenaSaúde, entidade que
representa empresas da área.
Qualquer incorporação
de novas coberturas tem impacto nos preços. Mas para os planos
individuais, qualquer reajuste só vai acontecer em 2011. Para novos
planos [contratados a partir de 7 de junho, quando entram em vigor
as novas regras] com certeza haverá um alinhamento de preços,
diz ela.
De acordo com a diretora,
não é possível saber qual o percentual de aumento que deve ocorrer,
já que isso depende da estrutura de cada empresa.
O reajuste permitido pela
ANS para planos de saúde individuais será anunciado em maio, mas as
regras passam a valer depois disso, em 7 de junho.
Segundo a ANS, a inclusão dos procedimentos
não aumentará o percentual do reajuste em
maio. Por isso, se as operadoras
reivindicarem um reajuste maior por conta do aumento de custos com
os novos procedimentos, isso só será avaliado pela ANS no reajuste
em 2011.
Já os planos de saúde
contratados por pessoas jurídicas (para funcionários, por exemplo)
têm regras diferentes: os aumentos são negociados diretamente entre
a empresa que contrata e a que fornece a
cobertura.
Usuários
Para a diretora executiva
da Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Renê Patriota, a
definição de um pacote mínimo de serviços
de cobertura obrigatória pelos planos de saúde é equivocada. As
operadoras de plano de saúde deveriam ser obrigadas a tratar o
paciente de maneira completa, o que ele precisar, afirma
Renê.
Na avaliação da diretora,
a visão da ANS sobre a obrigatoriedade de serviços pelos planos de
saúde é uma visão restrita de mercado e
não leva em conta as necessidades do consumidor.
Outra falha apontada pela
diretora da associação é a de que o rol mínimo de serviços
definidos como obrigatórios pela ANS não determina o valor dos
honorários a serem pagos aos médicos em cada
procedimento.
O rol da ANS determina
o mínimo obrigatório aos planos de saúde mas não garante na prática
sem definir o valor a ser cobrado. Se aquele valor não for um
aceito pela classe médica o procedimento vai estar na tabela mas
não vai ter quem faça, porque o que os planos de saúde pagam é
muito barato, diz.