A aquisição traz 6 mil novos clientes para a Unimed Paulistana
No último mês de agosto, a Unimed Paulistana completou 40 anos. Passado o difícil período de intervenção fiscal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no primeiro semestre deste ano, a cooperativa começa a se reinventar. E o primeiro sinal da renovação é a área dedicada à odontologia criada a partir da compra da Dent Prev Odonto, que até o fechamento desta matéria, ainda estava sendo avaliada pela ANS.
A aquisição traz 6 mil novos clientes, um mercado em potencial para realizar vendas casadas. “A atividade dental vai somar a com a de saúde e também a saúde ocupacional. São três áreas principais na cooperativa”, afirma o CEO da Unimed Paulista, Maurício Rocha Neves.
A área de odontologia ficará abaixo da Unimed Participações SA criada justamente para atender a ânsia por novos nichos, pois permite a diversificação de produtos, que não é possível pelo caráter da cooperativa. “Se quisermos ter, por exemplo, gráfica ou uma empresa de homecare, no futuro, poderemos, pois ela ficará abaixo da Unimed Participações”, explica Neves.
E é diversificando os produtos que a Unimed Paulistana pretende driblar a concorrência do mercado paulistano. Para isso, a cooperativa vai expandir o plano de coparticipação, para o segmento de PME da operadora (de 2 a 99 vidas), essa linha de planos já existia, mas era comercializada apenas para empresas com mais de 100 vidas.
No horizonte não tão distante, a empresa ainda pretende começar a atender também o público da classe A, criando uma linha direcionada a este grupo dentro da carteira. “A Unimed Paulistana não vai concorrer com a Omint, por exemplo, o top é para atender os executivos e as empresas que já estão conosco”, afirma.
A história de retomada da Unimed Paulistana passa pela entrada de Neves na cooperativa, em 2009, quando a empresa estava sob intervenção. Administrador e contador, Neves veio da área de auditoria. O executivo também passou por outras empresas no mercado de óleo e gás, energia elétrica e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar.
Mas foi como sócio de uma consultoria especializada na área de empresa familiar, que o executivo se aproximou da Unimed Paulistana. Na época, Neves chegou a assinar dois pareceres sobre a cooperativa. E, logo depois do decreto da intervenção fiscal, em novembro de 2009, que ele foi convidado a assumir o cargo de CEO.
“Em minha opinião técnica, a intervenção era necessária para que a própria empresa começasse a enxergar que precisava mudar”, conta Neves. Da dívida de R$ 1,1 bilhão, sobraram cerca de R$ 300 milhões, que estão em provisionamento.